24.2.09

Cem Anos de Solidão



Em Cem Anos de Solidão, Gabriel Garcia Marquez narra a incrível e triste história dos Buendía - a estirpe dos solitários para a qual não será dada uma segunda oportunidade sobre a terra. O livro também pode ser entendido como uma autêntica enciclopédia do imaginário.
Um livro místico.É isso que é Cem Anos de Solidão. No momento exato de sua vida ele irá encontrá-lo e você terá uma experiência incrível!
Este é um livro muito especial.. estremamente sensivel e retrata fielmente a historia de uma familia por algumas gerações.
Saiu na Imprensa:
Jornal do Brasil / Data: 31/3/2007'Cem anos de solidão' entre alfaces e tomates Romance que abalou a literatura do século 20 foi inspirado nas histórias extraordinárias da avó do autor. Gabriel García Márquez tran­cou-se um ano e meio para escrever Cem Anos de Solidão. Durante esse tempo quem cuidou de tudo - tanto da casa no bairro de San Ángel Inn, na cidade do México, quanto dos dois filhos do casal, Gonzalo e Rodri­go - foi Mercedes, a mulher do es­critor. Quando o pouco dinheiro que o casal conseguira colocando o carro no prego acabou, ela não disse nada. Conseguiu que o açougueiro lhe fiasse a carne, o padeiro o pão e que o dono da casa esperasse nove meses para receber o aluguel. Ocu­pou-se das tarefas e das dificuldades sem que o marido soubesse. Qui­nhentas folhas de papel estavam sempre disponíveis, como num pas­se de mágica, ao lado da máquina de escrever.
Quando o livro finalmente ficou pronto e García Márquez conseguiu que a editora Sudamericana, da Ar­gentina o publicasse, um último sa­crifício ainda teria de ser cumprido. No correio, o casal descobriu que o envio dos originais custaria 82 pe­sos. Como só havia 50 com eles, dividiram as 490 páginas pela metade e remeteram apenas os 10 primei­ros capítulos. De volta a casa, pega­ram o secador de cabelos dela, o aquecedor dele e a batedeira, empenhando-os por 50 pesos. Mercedes, que ainda não havia lido 'Cem anos de solidão', disse ao marido: "Escute aqui, Gabo, agora só falta esse livro ser ruim".
Não era. Além dos elogios que recebera de Carlos Fuentes e Julio Cortázar, que, entre outros impor­tantes nomes da literatura sul-ame­ricana leram os originais, o público se encantou de imediato com o estranho romance que viu a luz elas livrarias de Buenos Aires no dia 30 de maio de 1967.
A princípio, o mítico editor Fran­cisco Porrúa (que antes havia apos­tado em autores como Juan Carlos Onetti, Julio Cortázar) planejou uma tiragem de 5 mil exemplares. Mas, ao notar o entusiasmado de todos com o livro, decidiu elevá-la para 8 mil. García Márquez, que até então conseguira vender menos de mil exemplares de cada uma de suas quatro obras ('O enterro do diabo', 'A má hora', 'Ninguém escreve ao coronel' e 'Os funerais de Mamãe Grande'), entrou em pânico. Temeu um enca­lhe monstro.
Quinze dias depois da primeira edição - a única que não saiu com a famosa capa desenhada pelo pintor Vicente Rojo, em que a letra E de so­ledad aparece invertida, - estavam preparando uma segunda, de mais 10 mil, o que fez com que a Sudamericana ficasse sem papel e sem con­seguir atender a demanda que, dali em diante, só fez crescer.
Tendo ido a Buenos Aires para o lançamento, García Márquez demo­rou a crer no sucesso. A ficha só caiu quando, certa manhã, enquanto to­mava café em um bar da Rua Suipa­cha, viu uma mulher que saía da qui­tanda com a bolsa carregada de verduras, deixando entrever um exem­plar de 'Cem anos de solidão entre alfaces e tomates. Mais tarde ele diria, com perplexidade, que o livro vendeu como cachorro-quente.
Não que não soubesse, ou ao menos desconfiasse, que havia escrito um romance notável. Na verdade, perseguia essa história desde os 18 anos - chegara a escrever um livro parecido, 'A casa', depois abandonado - até que lhe veio o tom certo de contá-la.
Um dia, indo de férias para Acapulco, com Mercedes e os filhos, teve a revelação: narrar de forma linear e com toda a inocên­cia, mesmo se se tratassem de coisas extraordinárias. Teria de encarnar, como escri­tor, a mesma cara-de-pau com que sua avô Tranquilina Iguarán Cotes contava as histó­rias mais fantásticas, quando ele era menino em Aracataca, povoado perdido da costa colombiana.
Ao ter o estalo de Vieira, desistiu de ir a Acapulco. Já trazia a primeira frase do romance inteirinha na cabeça: "Muitos anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o comandante Aureliano Buendía havia de recordar aquela tarde remota em que seu pai o levou para conhecer o gelo".
No início, não foi tão fácil como parecia. Para levar a cabo a missão, García Márquez se impôs uma rotina férrea, além de fumar milhares de cigarros. Ele, que sempre preferira escrever à noite, descobriu que o horário da ma­nhã era melhor para trabalhar. De­pois de deixar Gonzalo e Rodrigo no colégio, enfurnava-se até as duas e meia da tarde, quando as crianças voltavam para almoçar. Uma breve sesta, um passeio pelo bairro de San Ángel Inn - reduto de artistas, cineastas, escritores e jornalistas - e estava pronto para mais uma jornada, que ia até as oito e meia da noite.
Apelidou seu estúdio de A co­va da máfia, um espaço mínimo mas bem iluminado, de uns três metros de comprimento por dois e meio de largura, comum banheiro, uma porta e uma ja­nela dando para o quintal, um divã, uma estante com poucos livros e uma mesa de madeira com uma máquina Olivetti. Cem Anos de Solidão brotou ali. É provável que García Márquez tenha começado a escrever o romance em mea­dos de junho de 1965. O come­ço foi árduo. Até o episódio do galeão no meio da selva (no fim do primeiro capítulo), o autor penou, procurando o melhor caminho. A partir daí, ele mesmo admitiu que a escri­ta veio num jorro, e traba­lhar foi um divertimento.
Mas houve momentos tris­tes. Depois de promover e per­der 32 guerras, ter 17 filhos de diferentes mulheres e sobrevi­ver a um pelotão de fuzilamento, o coronel Aureliano Buendía ti­nha ficado velho demais. García Márquez precisava matá-lo. Pen­sou em descrever minuciosamen­te o dia da morte, à maneira do Ulisses de James Joyce ou Mrs.Dal­loway de Virginia Woolf. Mas optou pela solução mais simples: o militar morreria fazendo xixi ao pé da casta­nheira do quintal. Na tarde em que escreveu a cena, o escritor chorou durante duas horas, na cama, sozinho, sem forças para se levantar.
O momento de maior descon­forto, no entanto, foi quando o ro­mance chegou ao fim. Lá pelas 11 da manhã de um dia de trabalho que parecia normal, García Már­quez se deu conta de que a história de Macondo e dos Buendía acabara. Como Mercedes não estava em casa, e sem ter mais ninguém a quem contar a novidade, ele não soube o que fazer. Tratou de inventar alguma coisa para continuar vivendo. A solidão começara.

Sobre o autor:
Gabriel García Márquez nasceu em Aracataca (Colômbia) em 1928. Estudou no colégio em São José desde 1940 e completou seus estudos secundários no Colégio Zipaquira Liceo em 12 de dezembro de 1946. Matriculados na Faculdade de Direito da Universidade Nacional de Cartagena, em 25 de Fevereiro de 1947, embora sem demonstrar interesse excessivo em estudos. Sua amizade com o médico e escritor Manuel Zapata Olivella permitido o acesso ao jornalismo. Imediatamente após o "Bogotazo" (o assassinato do líder liberal Jorge Eliecer Gaitán, em Bogotá, as manifestações ea subsequente repressão brutal deles), iniciou a sua colaboração no jornal liberal El Universal, que foi fundado em março nesse mesmo ano por Domingo López Escauriaza. Ele começou sua carreira trabalhando para jornais locais de sua juventude, mais tarde residir em França, México e Espanha. Na Itália, ele era um aluno do Centro Experimental de Cinematografia. Durante a sua estadia em Sucre (onde ele tinha ido, por motivos de saúde), entrou em contato com o grupo de intelectuais de Barranquilla, que incluiu Vinyes Ramon, ex-proprietário de uma livraria que teria uma influência significativa sobre a vida intelectual os anos 1910-20, e que ficou conhecido pela alcunha «Catalan'-o mesmo que aparece nas costas páginas do mais famoso escritor, 'Cem Anos de Solidão" (1967) -. Desde 1953 trabalha no jornal nacional de Barranquilla: colunas revelam uma preocupação constante e apelando para um estilo puro que reflete, como ele irá confessar, a influência do greguerías de Ramón Gómez de la Serna. Sua carreira como escritor terá início com um curto romance, o que demonstra a forte influência do escritor americano William Faulkner: «As camas" (1955). A acção decorre entre 1903 e 1928 (data de nascimento do autor), em Macondo, o mítico e lendário povo criada por García Márquez. Três personagens, que representam três gerações diferentes, cada um break-seu-monólogo interior centrado sobre a morte de um médico que acaba de suicídio. A notícia aparece no valor premonitório de um velho coronel, e "cama" é o símbolo da companhia bananeira, os quais seriam retomadas pelo autor em trabalhos posteriores. Em 1961 publicou «O coronel, que não tem nenhum tipo 'que aparecem na história e os temas recorrentes incessante chuva, o coronel deixou uma devastadora solidão, dificilmente compartilhada por sua esposa, um galo, a memória de um filho morto O anseio das batalhas passadas y. .. miséria. O estilo lacónico, áspero e breve produz resultados altamente eficazes. Em 1962, reúne algumas das suas histórias e oito em número, com o título "O funeral de Big Mama", e publicou seu romance "Mau Tempo". Mas todo o trabalho antes de 'Cem Anos de Solidão' é apenas uma aproximação para o projecto global e serão muito mais ambiciosas do que apenas um grande romance. Na verdade, muitos elementos de suas histórias tomar um interesse incomum para ser integrado em "Cem Anos de Solidão '. Nela, Garcia Márquez constrói e dá vida à mítica cidade de Macondo (e lendária corrida dos Buendía): uma terra imaginária onde magia não é improvável e menos real e do cotidiano sentido, este é o básico do que mais tarde seria conhecido como realismo mágico. Tem sido dito muitas vezes isso, no fundo, esta é uma grande história americana. Macondo poderia representar qualquer cidade, ou melhor, em toda a América Latina: através da narrativa, assistimos a sua fundação, o seu desenvolvimento, os E.U. banana fazenda, as revoluções, a contrarrevoluciones ... Além disso, uma nova síntese da história da América Latina terras. Em um nível ainda mais amplo pode ser visto como uma parábola de qualquer civilização, do seu nascimento até o seu declínio. Após este livro, o autor publicou, em sua próprias palavras, seria o seu favorito romance, "O Outono do Patriarca" (1975), uma história cheia de nebulosidade e corantes visionário filme sobre o absurdo de um solitário e caricato ditador. Um pouco mais tarde, publicou a história das incríveis histórias de Candida "Erendira e sua avó desalmada" (1977) e "Crônica de uma Morte Anunciada" (1981), um curto romance baseado em eventos reais do amor e da vingança que adquire dimensões de lenda, graças a um desenvolvimento da narrativa intensidade e precisão insuperáveis. Seu próximo grande trabalho, 'Amor em Tempo de Cólera', foi publicado em 1987: uma história de amor que atravessa tempos e idades, de regresso ao mítico e maravilhoso estilo. Um grande e original romance de amor, que revela uma profunda compreensão do coração humano. Mas é muito mais do que devido a muitos episódios que estão entrelaçados com a história central, e onde ela brilha até o autor da incrível imaginação. Em 1982 ele tinha sido adjudicado nada menos do que merecia o Prémio Nobel da Literatura. Depois voltou ao seu anterior relatório com a novela 'Miguel Littin, clandestino en Chile "(1986), escreve um texto teatral,' declamação de amor por um homem sentado '(1987), e recupera o tema do ditador latino-americano em" A geral no labirinto "(1989), e ainda inclui algumas notícias dispersas sob o título de" Doze contos peregrinos "(1992). Mais uma vez, em suas últimas obras, podemos apreciar a combinação do romance sentimental para a história de amor: que, em 'Amor e Outros Demônios' (1994) e "Notícia de um Seqüestro" (1997). Ele também publicou livros de crônicas, roteiros e multi-volume coleção de seus artigos: "Textos costeiras», «Entre Cachaco, Europa e América" e "Imprensa".

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